Não é de hoje que os estudos sobre imunização e uma incansável corrida pela vacina vem sendo estudada. Esse tema, tão presente no Brasil e no mundo, está em pauta desde 1796, quando o médico inglês Edward Jenner desenvolveu a primeira vacina, na época contra a varíola.
A doença levou quase 200 anos para ser erradicada, sendo constatado seu último caso natural no final dos anos 70. A OMS certificou a erradicação dela em 1980, sendo uma das primeiras pandemias controladas pela imunização da vacina. Mas não foi nada fácil convencer a comunidade científica, médicos e população a tomá-la.
Edward Jenner havia testado nele mesmo e na sua família, mas em algumas situações não teve o sucesso esperado. Começou a surgir então boatos de que as pessoas ao receber o medicamento eram transformadas em vacas, e esse mito se espalhou de Londres para o mundo, chegando diversas versões de mitos e verdades sobre a vacina.
Vacina no Brasil
No Brasil, a chegada da vacina foi em 1804, quase uma década após sua invenção, sendo passada entre escravos num navio que cruzou o Atlântico de Lisboa até a Bahia. Após 30 anos, na intenção de combater a varíola, a vacina se torna obrigatória em crianças. Em 1846 a obrigatoriedade se estende para adultos, porém só em 1884 começam as produções em grande escala no Brasil.
Cem anos depois da descoberta do imunizante, quando o vírus atingiu a então capital do país em 1900, Rio de Janeiro, a cidade além das pandemias (febre amarela, peste bubônica e a varíola) sofria com a falta de saneamento básico. Nesse momento, o então presidente da República Francisco de Paula Rodrigues Alves iniciou diversas medidas para melhorar o saneamento e a saúde pública. Junto com a determinação, o médico e epidemiologista Oswaldo Cruz começou a auxiliar nas medidas sanitárias e em conjunto tentou promover a vacinação em massa.
As pessoas se revoltaram contra a obrigatoriedade da vacina e fundaram uma espécie de liga anti-vacinação, estourando em seguida uma rebelião popular conhecida como a Revolta da Vacina. Em pouco tempo a população foi contida pelo governo, que reorganizou as expectativas e suspendeu a obrigatoriedade das vacinas. Oswaldo Cruz é o precursor da vacina no Brasil e fundador da Fundação Oswaldo Cruz, reconhecida internacionalmente.