Aqui no blog nós já abordamos o movimento do sufrágio feminino e como as mulheres conseguiram se emancipar na política. Mas até hoje, mesmo sendo maioria no eleitorado, elas enfrentam dificuldades para assumir cargos eletivos.
E é sobre isso que vamos falar neste artigo.
Resquícios do patriarcado
O sistema patriarcal que regia a política até a conquista do voto feminino deixou marcas e ainda reverbera na sociedade atual.
As mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro, contudo o número de candidatas e eleitas é completamente desproporcional a esse dado.
Atualmente elas representam 15% dos parlamentares no Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado) e 14% dos vereadores eleitos nas Câmaras Municipais do Brasil.
Em relação ao Poder Executivo, apenas 12% dos municípios é liderado por mulheres e somente um estado possui uma governadora.
Além disso, dentre os 38 presidentes empossados no Brasil figura apenas uma mulher, que, inclusive, sofreu um processo de impeachment e não terminou seu segundo mandato.
Ranking internacional
Em relação à posição do Brasil no ranking internacional de participação da mulher na política, a situação também é bem preocupante.
Segundo estudo realizado pela Inter-Parliamentary Union acerca da representatividade feminina na Câmara dos Deputados em 192 países, o Brasil se encontra na 152ª posição.
Ainda no quesito de representatividade feminina na Câmara, se compararmos o Brasil a os outros países da América Latina, a surpresa é ainda maior: o país está em 19º lugar entre 20 países que compõem a região, ficando à frente somente do Haiti. Os dados são de uma pesquisa feita pela fundação Women in National Parliaments no ano de 2015.
Em relação a cargos do Executivo ocupados por mulheres, o Brasil ocupa a 161ª posição dentre 186 países, segundo o Projeto Mulheres Inspiradoras.