Quando falamos sobre políticas públicas é comum pensarmos naquelas que incentivam a educação, a criação de trabalhos ou construção de espaços públicos. Contudo, as políticas públicas de um município vão muito além disso.
As políticas públicas podem beneficiar aqueles que não vão à urna, não se envolvem com política e geralmente são esquecidos: os animais e a natureza.
Falamos muito sobre cidades sustentáveis, mas para que sejam realmente sustentáveis precisamos de cidades resilientes que se adaptem para atender às necessidades dos animais selvagens que perderam parte de seus territórios para o crescimento urbano.
Neste artigo traremos algumas das boas práticas adotadas por países de diversas partes do mundo para inspirar a sua gestão a criar políticas públicas para os animais. Originalmente essas práticas foram publicadas em inglês no jornal Bloomberg, você pode conferir o texto original clicando aqui.
Falta de políticas públicas para animais: Um risco para todos
Você sabia que a cada segundo 17 animais silvestres morrem nas rodovias brasileiras?
Esse dado fica ainda mais absurdo quando pensamos que, por dia, morrem 1,3 milhão de animais. Por ano, a conta chega a 475 milhões. Os acidentes em estrada tiram a vida de milhões de animais e está na hora de mudarmos essa situação.
Além das inúmeras vidas perdidas, a falta de políticas públicas para proteger os animais traz perdas financeiras. O jornal Correio Braziliense levantou esses números em sua matéria sobre o assunto. Usando a média de valores de São Paulo levantados pelo jornal, temos os seguintes dados:
- Cada acidente gera, em média, o custo de R$21,6 mil. Caso tenha vítimas humanas, o valor aumenta.
- Em mais de 90% dos processos contra as concessionárias por conta de acidentes com animais, as vítimas ou seus familiares ganham.
- Anualmente, R$2,4 milhões são pagos em indenização apenas em São Paulo.
Infelizmente, acidentes com animais são comuns no mundo todo.
Especialistas estimam que nos Estados Unidos, os veículos colidem com animais selvagens de grande porte mais de mais de 1 milhão de vezes por ano e essas colisões custam mais de US$8 bilhões para reparos e tratamento de feridos.